Estamos vivendo um momento que certamente ficará marcado na história. Estamos passando por uma crise de saúde de grandes proporções.
Tenho refletido bastante sobre os significados desses tempos. Penso que há uma mensagem comum diante de tantos desafios diários.
Fomos invadidos por um vírus que exigiu uma nova adaptação da vida cotidiana. Paramos, nos recolhemos e perdemos nossa liberdade.
Porém, estamos tendo a oportunidade de encontrarmos com nosso íntimo, seja nossa casa, nossa família e até mesmo com a nossa capacidade de nos reinventarmos.
Quantas novas formas de interação surgiram desde então. Quantas pessoas abriram caminho para sua criatividade descobrindo novas maneiras de exercer os estudos, o trabalho e os relacionamentos a distância.
Neste sentido penso que sermos privados da nossa liberdade e termos que nos recolher possa ser um caminho para olhar para dentro de nós mesmos.
De fato, esse vírus nos coloca diante da questão que envolve a relação entre nós e o outro. Seja esse outro um vírus, uma pessoa, uma sociedade.
O fator comum que reflito se dá pela necessidade de olhar o outro. De percebermos o nosso lugar comum, nossa família, nossa cidade, nosso país.
Se tivermos consciência de que o todo se faz pelas partes. Que nós somos essa parte e que nossa atitude influencia o todo. Que enquanto nos protegemos do vírus nos recolhendo, estamos protegendo a nós e ao outro.
Somos seres de relacionamento e como isso se dá, é fundamental para nossa saúde física e ética. Penso que estamos tendo a oportunidade de mudarmos o rumo de nossas vidas.
O mundo antes do vírus caminhava para o individualismo e consumo desenfreado. Podemos mudar o rumo do mundo pós vírus, podemos caminhar em direção a uma consciência ética individual e coletiva.
Como uma árvore que germina e dá seus frutos a partir de uma única semente. Podemos ser, cada um de nós, essa semente plantada em terreno coletivo, regada pela consciência ética, possibilitando um pomar de frutos a serem compartilhados, com amor, respeito e dignidade.
